Desaceleração como ato contemplativo
“Entre o sonho e o real encontra-se o inesperado. Nas telas de Xie Lei, corpos esmaecem, luzes se elevam, e o tempo se torna outro.”
Em destaque: o artista chinês-francês, nascido em 1983 em Huainan, que trabalha em Paris e Madrid.
Suas composições caminham por esse limiar: entre suspensão e queda, presença e desvanecimento. Silhuetas etéreas emergem de fundos sombrios, como se fossem visões fugazes de um mundo paralelo.
A paleta: verdes fósforos, azuis aguados, ocres sedimentados. A figuratividade: diluída. O tema: humanidade em transição, ou talvez em deriva.
Para quem coleciona arte ou se conecta com a emergência de uma pintura que resiste à pressa, Xie Lei representa algo raro: a desaceleração como ato contemplativo, o invisível traduzido em tela.